segunda-feira, fevereiro 28, 2005

A esquerda está mesmo morta?

Sinto que tenho de comentar o anúncio, feito pelo Djzinho, da morte da esquerda. Concordo com parte... não com o todo. Concordo que a ideologia Comunista/Socialista Totalitária está quase morta e enterrada, para bem do mundo. Com esta morte, concordo! Até a China, está a reformar-se e a transformar-se. Refira-se que a China, a continuar o caminho que está a trilhar, vai ser a maior potência mundial.
Com o "resto da morte", não concordo. No que é que são diferentes as ideologias de esquerda e de direita? A esquerda acredita que é possível levar ao desenvolvimento um país, tendo uma forte propensão para as políticas sociais e uma linha de pensamento liberal, o que leva a uma maior abertura de espírito e menor resistência à mudança. Uma das principais bases do pensamento de esquerda é que o indíviduo não deve ter as suas liberdade fundamentais limitadas.
A direita acredita que o desenvolvimento deve ser feito com os olhos postos nas questões estritamente "técnicas". As políticas sociais não são preocupação, pois acredita-se que elas se resolvem se o Estado conseguir alcançar o desenvolvimento do país. A linha de pensamento de direita é conservadora, resistente à mudança. As liberdades do indivíduo podem ser limitadas, se isso puder ser benéfico para o grupo.
Se uma é melhor que a outra, é discutível. Se alguma delas está morta... acho que não. Mal vai o mundo se isso acontecer.
Eu prefiro a ideologia de esquerda, mas compreendo quem prefira a de direita. É uma questão de "gosto".

Em relação ao centro... acho que aqui concordo 100% com o Djzinho. As coisas têm de ser carne ou peixe. Ficar no meio não é para mim. Acho que na minha última entrada do blog expliquei mal a minha posição sobre o Sócrates. Não o considero grande espingarda, mas acho que tem melhores condições, a todos o níveis, que o Santana Lopes e as suas Santanettes. Seja a nível do seu partido, seja a nível parlamentar. Com uma maioria absoluta pode fazer o que estiver delineado, sem concessões a outros partidos, que muitas vezes se tornam em armadilhas mortais (vidé coligação PSD-PP). Para nosso bem, espero que este governo faça um bom trabalho. Estamos farto de ser mal geridos!


Já agora gostava de partilhar convosco uma teoria muito interessante de um dos mais brilhantes economistas da sua geração, por sinal liberal. O norte-americano Jeffrey Sachs defende que os países mais desenvolvidos (principalmente os EUA), deveriam oferecer mais ajuda económica aos países menos desenvolvidos, já que, ao fazê-lo, pode juntar muitos e muitos milhões à economia mundial. Ao aumentar a dimensão da economia mundial, aumenta-se também a sua pujança. Cria-se um efeito de espiral de crescimento económico. Interessante!

Acabo com uma frase deste mesmo economista, que ilustra bem a "questão chinesa":
- "Uma pessoa que esteja na praça central destas enormes e pulsantes cidades (chinesas) facilmente compreende que o mundo não gira à volta dos EUA" - sintomático...

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