quarta-feira, maio 12, 2010

Como é possível o tolo da aldeia chegar tão longe?

Antes de mais os meus parabéns ao Benfica pelo título deste ano e também ao Braga que teria sido também um justo vencedor. Continuou a não ser um campeonato limpo e dá cada vez menos vontade de ver futebol. Num campeonato limpo o mais provável era que os que ficaram à frente fossem os mesmos, mas se calhar não teriam tantos pontos.
Já o meu Sporting continua a travessia do deserto e não me parece que será no próximo ano que isso se resolve. Continuamos a cometer erros de palmatória, a contratar sem critério e mal (o Pongolle foi um erro de casting inadmíssivel) e a além disso decidimos contratar um treinador que tenho dúvidas que seja melhor que o Carvalhal, mas que não me parece ser um treinador de ruptura com o passado como foi o Paulo Bento. Aliás, a principal ilação desta época é que (como é, infelizmente, normal no Sporting) quem foi sacrificado foi quem até estava a fazer um bom trabalho e que fez muita omolete com poucos ovos. Faz-me lembrar a história do Bobby Robson, quando alguém decidiu (Sousa Cintra), que ir à frente do campeonato e jogar um futebol espectacular não era suficiente, e que era preciso ir buscar o treinador da moda da altura: Carlos Queiroz. Ora bem, este senhor, começa a arriscar ficar na história por alguns motivos bem curiosos:
- Estranha tendência para substituir (e mal) quem estava a fazer um bom trabalho (Robson primeiro, depois Del Bosque e por fim Scolari)
- Provocar alguns dos maiores equívocos da história do futebol português e Mundial, já que aparece sempre com aquele ar de quem vai salvar o Mundo e depois só faz asneira (a passagem pelo Real é surreal!)
- Ter conseguido apenas ganhar uma Taça de Portugal com aquela que foi a melhor equipa do Sporting dos últimos 20 anos.
Não dá para entender! A única coisa que ele fez bem como treinador principal foi a conquista dos dois mundiais de sub-20, que ficaram a dever-se a duas equipas que tinham jogadores fabulosos, sorte e ao Nelo Vingada. Acho que ele pouco ou nada teve a ver com o que se passou. A partir daí foi sempre a descer.
E é assim que o tolo da aldeia chega a multi-milionário e à frente da selecção nacional que, depois de uma qualificação estupidamente sofrida, chega ao Mundial.
Chegados a este ponto, pensei: "Agora ele vai atinar!" e, pumba!, ele lança a convocatória e é um chorrilho de asneiras: 6 centrais, dos 3 guarda-redes leva o Eduardo que será o titular (primeiro equívoco), o Beto que fez 10 jogos em toda a época e o Daniel Fernandes que foi emprestado ao Iraklis pelo Bochum, deixando de fora os dois guarda-redes titularissímos no Benfica e no Sporting e de qualidade superior ao Eduardo e ao Daniel Fernandes (o Beto é um bom guarda-redes que está pouco rodado). Que cretinice! Depois os 6 centrais: levar um extra para ver se o Pepe está em condições faz sentido, mas para quê mais um? Vai rodar os centrais entre os jogos? Na posição que precisa de mais rotina? Preterir o Moutinho para lá ter o Miguel Veloso? O Carlos Martins para lá ter o mole do Tiago? Tendo em conta que são jogadores para ter no banco não é melhor um Moutinho que faz várias posições, sempre com acerto e um Carlos Martins que sempre que entra agita o jogo, nem que seja pela maluquice? Pelo menos no ataque ele não tem tanto espaço de manobra para fazer asneiras, já que as escolhas são óbvias, mas cheira-me que ainda vamos ver o Hugo Almeida a titular em vez do Liedson...
Em suma, há coisas que não dá para explicar e, a carreira do Carlos Queiroz é uma delas...